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Será que o parceiro abusivo sabe o que está fazendo?

Podemos dizer que as manipulações, em geral, são atuações comandadas por processos inconscientes. Por exemplo, mesmo que o abusador tenha consciência de que não pagou uma conta e que a responsabilidade deveria ser dele, ainda assim, a tendência é que ele fique furioso acusando a esposa, a filha, o funcionário ou quem mais for seu alvo por não tê-lo avisado ou por não ter deixado a conta perto de seu campo de visão.

Mas ele não faz isso de modo consciente. O abusador tem como costume conceber-se como vítima de pessoas “incompetentes”, “burras” ou que “não são boas o suficiente”.

E por que ele age assim?
Porque ele é movido por um mecanismo inconsciente chamado "inversão". Devido a um histórico de muito sofrimento em determinado momento da existência e como mecanismo de sobrevivência para não surtar, morrer de tristeza, desamparo ou solidão, o cérebro fez uso de uma estratégia conhecida como dissociação. Isso quer dizer que, numa idade muito tenra, a máquina biológica cindiu para não mais acessar aspectos ameaçadores e insuportáveis que, de acordo com a sua percepção, seriam fatais. É um adoecimento mental onde a pessoa consegue viver em sociedade, mas em meio a um grande viés emocional.

A grande questão é que o que fica escondido e ilhado dentro de si ainda está de algum modo incomodando e, como alívio das tensões, acaba sendo projetado para fora, no outro. Sob essa ótica, o abusador não sente culpa nem remorso porque o mal está fora de si e, embora seja ele o abusador, ele inverte as situações para que a responsabilidade seja sempre do outro.

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Silvia Malamud

Você não precisa assistir BBB para saber que…

Não poderia deixar de trazer minha contribuição sobre o caso de dependência emocional e relacionamento abusivo que aconteceu no BBB.

Qualquer pessoa está sujeita a viver um relacionamento tóxico

Você pode ser alguém de sucesso, com clareza em muitos campos da vida, de boa posição social ou de muitos amigos que essa suposta parceria rapidamente lhe afastará de tudo isso. Qualquer pessoa que não esteja atenta e com a alma desperta está sujeita a viver um relacionamento dessa ordem.

Onde existe amor não pode haver cobranças, acuamento, ameaças ou inserção de culpas

Predadores emocionais enganam e confundem suas vítimas, levando-as a duvidarem de si mesmas e de suas convicções com reclamações, críticas e culpas, até que as mesmas, totalmente vencidas, desistam e acabem concordando com o seu abusador.

A violência não é apenas física

Nem todos cometem atrocidades físicas, porém cometem atrocidades de ordem moral, chantagem, manipulação, gaslight e ameaça de abandono também são formas de abuso. Se a vítima não for esperta o suficiente, ficará apagando incêndios o tempo todo, só que isso nunca terá um final feliz.

Abusadores fazem tudo parecer banal

Abusadores fazem tudo parecer banal e "sem querer", com falsos arrependimentos que não se sustentam e com o intuito de retomarem o domínio da situação.

Um dos perigos que prende e confunde as vítimas é o fato de parecer que são duas pessoas em uma: quando é bom, é bom demais. Quando é ruim, é ruim demais e a ameaça sempre paria. Quem precisa disso nesse vida?

Em relacionamentos tóxicos, a vítima perde forças físicas, energia e discernimento

As demandas provem de cobranças, exigências, projeções negativas e ameaças de rompimento. Confusas e sem entenderem o que está acontecendo, as vítimas sentem-se culpadas, responsabilizando-se pelas constantes mudanças de humor e insatisfações do outro.

Não é mimimi, não é "brincadeira", não é exagero

Não confunda amor com trégua na tranquilidade, uma conexão só pode ser real.se houver espaço para a espontaneidade e para a vulnerabilidade.

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Silvia Malamud

A teoria do centésimo macaco

A teoria do centésimo macaco possui base em observações científicas sobre colônias de macacos no Japão. Ao longo da costa do país, cientistas estudaram colônias de macacos habitantes de ilhas isoladas há mais de trinta anos.

Os cientistas colocavam batatas doces na praia, para que os animais as comessem. Os macacos saíam das árvores para pegas as batatas e, assim, expunham-se a ser observados com total visibilidade.

Um dia, uma macaca de 18 meses chamada Imo começou a lavar a sua batata no mar, antes de comê-la. Podemos imaginar que seu sabor tornava-se assim mais agradável, pois o tubérculo estava livre da areia e cascalho e, talvez, ligeiramente salgado.

Imo mostrou aos outros macacos da sua ideia e à sua mãe como fazer aquilo; Os animais jovens mostraram às próprias mães e, aos poucos, mais e mais macacos passaram a lavar as batatas em vez de comê-las com areia.

No princípio, só os adultos que tinham imitado seus filhos aprenderam o jeito novo, mas gradualmente outros macacos também adotaram o novo procedimento.

Os observadores perceberam que todos os macacos da ilha estavam lavando suas batatas. Embora isso fosse significativo, foi ainda mais fascinante registrar que, quando essa mudança aconteceu, o comportamento dos animais nas outras ilhas também mudou: todos eles agora lavavam suas batatas, apesar das colônias das outras ilhas não terem tido contato algum com a primeira.

Ali estava uma validação para a teoria do campo morfogenético: o "centésimo macaco" foi o hipotético e anônimo macaco que virou o jogo para a cultura como um todo.

Sob outro ponto de vista, podemos aprender que o que está no plano mental como uma ideia para se materializar, se não se materializar no tempo certo, será transportado para outras ilhas cerebrais, ou seja, o colapso da matéria e a concretização das ideias na forma física.

A consciência é não-local, está e não está localizada dentro do cérebro. É imaterial e composta por uma organização de energias que não podemos ver, embora possamos perceber. Na teoria quântica, existe um modo multidimensional, alinear e atemporal, onde podemos ver, olhar e vivenciar inúmeras situações independente dos lugares físicos que possamos estar. Tudo está conectado.

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Silvia Malamud

Love bombing: você sabe o que é?

O "love bombing" é caracterizado pelo turbilhão afetivo da promessa de fusão. O encantamento, o romantismo exacerbado e as demonstrações exageradas que marcam o início de um relacionamento, fazendo com que os envolvidos tenham a sensação máxima de prazer.

Nesse sentido, o "love bombing" pode ser perigoso por tirar os pés da realidade objetiva, a cegueira da excitação inicial não deixa espaço para que um encontro real possa se desenvolver com maior profundidade.

Onde mora o perigo

Esse é um comportamento que tem grandes chances de virar obsessão ou um relacionamento abusivo.

Quase como uma regra geral, relacionamentos que começam assim tendem a, em um segundo momento, virarem decepções ou inseguranças sem fim.

Real vs. ideal

Conforme o relacionamento se desenvolve, todos saem do papel idealizado, mostrando quem verdadeiramente são.

Exigências, carências e todas as características humanas antes escondidas em meia às máscaras da fase da conquista entram em cena.

A importância do autoconhecimento

Projetar as carências emocionais no outro, como se este não tivesse defeitos ou fosse solucionar todas as questões de vida, mostra um profundo desconhecimento de si mesmo e pode levar à cobranças, decepções e possessividade.

Auto-escuta é tudo

O caminho para quebrar esse padrão está na viagem para dentro de si, checando carências, tendo uma escuta afiada para perceber se o encanto afetivo não está indo além da medida, pontuando ao outro o que pode estar sendo excessivo sem receio de se proteger, e impondo limites saudáveis quando sentir que algo não vai bem.

A intensidade e o love bombing no início das relações são sinais de alerta importantes sobre o que pode vir a acontece mais adiante.

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Silvia Malamud

Sua vida em suas mãos: você está preparado?

Sua jornada é única. Sua vida sempre será um novo recomeço a cada dia que passa. Lembre-se de que você está eternamente na alvorada da vida e que seus momentos devem ser únicos e prazerosos. Sua ação no mundo te oferece infinitas possibilidades de ser o protagonista e o criador de sua própria história, sem necessidade de ser condescendente consigo ou abrindo espaço para se queixar. Se em algum momento estiver em desespero, recolha-se ao seu mundo interior e de lá tire os frutos da sapiência que você acumula ao longo de muitas jornadas.

Ao longo de sua vida certamente muitas pessoas podem ter sido marcantes na construção do seu modo de ser, te influenciando sobre o modo como você pensa e age, mas é hora de retirar o véu de seus olhos e definitivamente ser você mesmo, ficando com o que é bom e se libertando do que não serve mais, sem pestanejar e assumindo todos os riscos que envolvem o estar vivo.

É nessa trajetória que saímos definitivamente da zona de conforto, deixando para trás os comodismos que nos dão a ilusão de que isso seria a própria vida e as fantasias de que somos menos ou mais do que alguém e caminhamos para uma percepção única de nós mesmos, onde definitivamente o que importa é a sensação inequívoca de contentamento e felicidade. Um estado sem dependência emocional e sem subterfúgios. É hora de colocar toda a vitalidade de modo consciente em suas ações, pensamentos e emoções. Você está preparado?


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Silvia Malamud

Relato autorizado de uma paciente em consultório - um alerta importante para que possamos dar crédito aos avisos interiores que temos quando algo não vai bem

"Toda manhã, quando acordava, pensava que tudo poderia melhorar se eu corrigisse algo de errado em mim, em minhas condutas e em meus comportamentos. Mesmo que não tivesse claro o que estava errado, achava que talvez sendo mais boazinha, quem sabe ele poderia melhorar de humor, não ficar tão bravo e nem tão ofendido de uma hora para outra, mas nada do que eu fazia dava certo e as histórias sempre se repetiam.

Embora no começo eu tivesse certeza que estava correta e que não havia feito nada de errado, depois de tanto falatório dele, chegava a duvidar de mim mesma e das minhas convicções, esquecendo das minhas verdades e dos meus valores.

Tudo o que eu falava não fazia eco algum nele, me via totalmente desamparada, incompreendida e acusada injustamente. Ele ameaçava me deixar, encerrava a conversa dizendo que estava muito magoado e cansado de mim, que eu criava os maiores problemas da vida dele.

Me sentia culpada, com o raciocínio confuso, e acabava cedendo, pedindo desculpas pelo que eu nem sabia e com pavor de perdê-lo.

Minha vida só começou a mudar para melhor quando percebi que seria impossível ele mudar o comportamento tirano e abusivo que tinha comigo. Foi a partir daí que pude dar os primeiros passos para a separação. Parece que é só na hora que entramos num desespero maior e chegamos no fundo do poço que surge uma força nos mostrando que - SIM - tudo pode e deve ser diferente."

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Silvia Malamud

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