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O narcisismo patológico da criança e do adolescente na internet

Na criança e no adolescente, o narcisismo patológico vai se manifestando quando de modo ilimitado fazem de tudo para que seus próprios desejos sejam satisfeitos. Desde o inicio preconizam que todas as atenções sejam voltadas para as próprias necessidades e gostos com baixíssima tolerância às frustrações, jamais se contentando com o que tem.

Na escola, quando não vão bem em alguma disciplina, culpam professores criticando as suas performances e inteligência ou reclamando de não terem recebido atenção devida.

Por cultivarem uma grandiosidade e um senso de merecimento fora de contexto, muitos não conseguem seguir em frente com estudos ou trabalho, encaminhando-se para serem verdadeiros parasitas familiares. Manipulando a tudo e a todos e se acharem necessário, não hesitando em mentir para gerar culpa se acaso não se sentirem suficientemente providos daquilo que imaginam merecer ou ter.

Em seus lares, absolutamente tudo deve girar em torno deles para satisfaze-los em suas infinitas demandas e quando as coisas não ocorrem a contento e também por conta da baixíssima tolerância às frustrações, costumam ter explosões com ataques de fúria desmedidos, chegando a quebrar o que estiver na frente, sendo nos casos mais graves, a violência física também ocorre em cima de quem estiver por perto, incluído os próprios pais.

A redes sociais neste sentido também tem a sua parcela de responsabilidade no desenvolvimento do adoecimento narcísico das crianças e adolescentes: a importância da vida voltada apenas para a aparência perfeita dos selfs é porta de entrada para um looping perigoso. Na era da internet a regra geral é a espetacularização de tudo o que se mostra, tudo tem que ser belo e magnifico e este é o grandioso passaporte de transito desta ceara onde o marketing pessoal é ditado dentro de tais termos. A busca frenética pelo sensacional, pelo status e pelo sucesso pessoal fazem parte dessa indústria de transes coletivos, onde a cada instante se inventa uma nova necessidade imprescindível de compra e de outras infinitas demandas para que se esteja fazendo parte das redes sociais do universo online. Uma falácia que coloca grande parte da humanidade como robôs destinados a sofrerem de faltas fictícias e a comprarem o que a ditadura da internet comanda.

Em meio a toda essa ordenação, sobra pouco ou quase nada de espaço para a construção da subjetividade. O que existe são pseudo vidas voltadas para fora, com ausência de estrutura interna que de conta de sustentar conexões reais.

Na era da internet os tempos cronológicos drasticamente mudam de dimensão, tudo o que não é imediato parece lento demais. A palavra paciência inexiste quando apenas mais alguns segundos são necessários. Cria-se o imaginário do êxito sem esforço.

A cultura do cancelamento já é o reflexo da ausência de vínculos estáveis ampliada pela volatilidade das inúmeras redes sociais provocando aceleração massiva versus a paralisação da vida, além de incluir perturbadores sentimentos de vazio e de desconexão. De acordo com a ditadura invisível vigente, o que incomoda, mais do que rápido deixa de existir sem nenhuma reflexão a respeito.

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Silvia Malamud

O que fazer para esquentar um relacionamento morno?

Tenho ouvido em consultório relatos de casais que se amam, mas se queixam de falta de intimidade, do morno que ficou a relação e da falta de tempo e perspectiva para momentos a sós de qualidade.

Como primeiro passo, seria bom que ambos tomassem a atitude de se aprimorarem na arte de estarem efetivamente presentes na relação, usufruindo na máxima potência do momento em que estão juntos, sem distrações, fazendo disso um ato consciente.

Num segundo momento, após esta importante etapa de validação da relação, combinarem algo totalmente inusitado e diferente para fazerem juntos, com intimidade e cumplicidade.

Outra sugestão seria que ambos redecorassem o quarto, fazendo algo original e que sugira à ambos alegria a apreço. Podem inclusive mudar os móveis de lugar. Essa ação tem um significado importante porque uma mudança de cenário externo também é uma mudança de cenário interno.

Se o casal faz todas as atividades juntos, que façam algo em separado para ativarem as suas individualidades e que possam voltar um para o outro com o desejo de compartilharem as vivências. Vale tudo desde que não atrapalhe a vida de ninguém nem atravesse os limites pessoais de cada um, trazendo cumplicidade e redescobertas.

A regra básica, portanto, é ter uma conversa sobre o tema e, em comum acordo, abrir a mente, aventurando-se com menos inibição e em busca de experiências que tragam alegria e a sensação de se estar plenamente vivo.

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Silvia Malamud

Meditação Ativa: O Voo da Águia

Imagine que você é uma águia sobrevoando montanhas em pleno voo livre. Perceba-se sentindo como águia, respirando como águia. Observe seu corpo de águia, seu tamanho, seu peso e sua respiração. Sinta a batida do seu coração pulsando e todo o seu colorido.

Tenha em mente que tudo isso lhe pertence e que tudo isso é você. Usufrua do seu voo, da experiência e do prazer de ser uma águia de modo total e, ainda assim, em plena consciência de si mesmo.

Voe bastante apenas na intenção de voar e de se reconhecer voando. Observe as paisagens por onde passa. Usufrua da liberdade de ir e vir e do prazer de lidar só e unicamente com o seu comando interior. Deixe-se levar pela sua intuição. Ouse dar voos rasantes e também voar nas alturas. Faça piruetas ao ar livre, voe em linha reta, de trás para diante… Invente seus voos!

Observe as paisagens ficando ora mais próximas, ora mais afastadas. Veja a mudança de tons das cores. Perceba como cenários ficam difíceis de decifrar tanto na visão muito aproximada quanto na visão muito afastada.

Continue essa experiência exercendo a sua liberdade de experimentação, reciclando antigas conclusões, ativando novas percepções e vivências. Para onde está indo o vento? Faz sol? Vai chover? A temperatura está fria? Ou quente?

Perceba-se como dono de seu próprio destino e aprecie este fato, deixando para trás o que deve ser deixado e seguindo sob seu comando lúcido, guiando seu próprio voo. Se acaso necessitar entender melhor detalhes ou aspectos de alguma situação, você sabe que poderá se aproximar o bastante, mas nunca o suficiente para perder-se. Você já entendeu na totalidade da sua consciência que, daqui por diante, você é quem define seu próprio voo, sempre.

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Silvia Malamud

Como lidar com a síndrome do impostor?

Já foi elogiado, mas não se enxergou merecedor? Já se sentiu um impostor de si mesmo?

Às vezes, por mais que tenhamos construído estruturas de conhecimento, esse tipo de desconforto tem a capacidade imediata de nos colocar na visão mais negativa que podemos ter sobre nós mesmos, sobre quem de verdade somos versus quem inventamos ser para o mundo - uma tortura autoimposta e totalmente inconsciente, um sofrimento permeado por sentimentos de vazio, falta de sentido e da não validade de si mesmo e da própria vida.

Muitos tentam superar a dor da falsa percepção de si mesmos em meio a várias condutas estratégicas. Alguns trabalham além da medida, alguns deixam de se esforçar ou de tentar algo novo com medo de falharem, outros passam a maior parte do tempo sob forte tensão emocional e, como reféns, buscam olhares de aprovação que confirmem para si mesmos que são reais. São pessoas que fazem de tudo para se passarem como invisíveis aos olhos dos outros, para não serem julgados e checados a ponto de correrem o risco de serem descobertos.

Em casos mais graves, uma atenção redobrada por terapeutas, amigos e familiares se torna preciosa e preventiva para que situação emocional não se reverta em danos maiores como depressão profunda ou até pensamentos suicidas. Quando em crise, o próprio protagonista pode não ter clareza suficiente para sair dessa sozinho, precisando de apoio externo.

Vários são os motivos que levam a pessoa para a síndrome do impostor, mas o interessante a saber é que este suposto eu impostor repleto de recursos e conhecimentos não internalizados, também faz parte da totalidade da pessoa e, portanto, não é tão impostor como se supõe, apenas está dissociado da essência. Um bom trabalho psicoterapêutico pode renovar a pessoa de modo mais unificado e com a energia em abundância para que os seus propósitos de alma possam de verdade acontecer.


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Silvia Malamud

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