Despertar da Consciência

Saber impor limites, escolher sem medo de ser abondonado e validar quem se é sem precisar ficar ansioso ou com receio vale uma vida.

Filhos de pais narcisistas são desde muito cedo programados para os satisfazerem em suas infinitas demandas a fim de que seus egos sejam enaltecidos. Como regra geral, qualquer expressão que possa ofuscar a imagem de grandiosidade que estes pais tanto perseguem deve ser exterminada. Neste acordo silencioso, fica subliminarmente combinado que os filhos jamais poderão parecer serem “mais” que os pais, sob pena de passarem por toda sorte de retaliação.

Em suas artimanhas, tais pais, quando revelados, costumeiramente se comportam como vítimas, acusando os filhos de serem maus, abusando do papel de genitores, oferecendo toda sorte de humilhações, desqualificações, inserções de culpas e ataques emocionais no intuito de fazê-los recuarem em suas percepções e duvidarem de suas memórias, para que possam continuar existindo acima de tudo e de todos - um cárcere que visa recolocá-los na inconsciência dos fatos e mantendo-os a serviço deles.

Um dos aspectos mais terríveis consiste na real indisponibilidade emocional de reconhecerem o mal que fazem aos próprios filhos. Enquanto estes filhos não entenderem que seus pais têm um adoecimento patológico, provavelmente transitarão em meio a sentimentos angustiosos, sempre à espera de um novo ataque, que inevitavelmente virá. Aprender que pais narcisistas perversos costumam minar toda e qualquer expressão otimista e conseguir sair desses cenários é uma tarefa árdua que, na maioria das vezes, requer muita terapia para que o autorresgate possa efetivamente acontecer.

Compreender que se pode dar limites quando as pessoas não são legais, que se pode escolher sem medo de ser abandonado e ser livre para validar quem se é de verdade, sem precisar ficar ansioso ou hiper vigilante com receio de alguma crítica, julgamento, humilhação ou retaliação, vale uma vida.

????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud

Lealdade familiar em filhos de narcisistas perversos:

Logo no início da vida, se não ocorre a conexão afetiva entre mãe e filho, o sentimento que fica é de medo real acerca da sobrevivência. É quando NÃO acontece a legitimidade do amor em nossa chegada ao mundo e a informação afetiva que deveria dizer algo como "Que bom que você chegou! Estamos felizes de você estar entre nós!".

Como possíveis consequências, esses filhos são tomados por uma série de inseguranças, pela sensação de não serem importantes e pelo medo de serem abandonados.

Mas quem são essas mães que não se vinculam? São pessoas funcionais aos olhos da maioria, mas que se encontram desconectadas de si mesmas e, como consequência, desconectadas de qualquer um que seja.

É importante saber que essa desconexão é a reverberação de um tema de profunda dor emocional delas mesmas. Na patologia da desconexão afetiva, a percepção do "eu" fica impossível de se viabilizar por conta de não ter havido ninguém que pudesse oferecer um olhar com tais significados.

A mãe, que também é vítima, apenas consegue criar uma imagem externa e idealizada de si mesma, e acaba por desenvolver mecanismos perversos e inconscientes para com os filhos, fazendo de tudo para que fiquem conectados a ela pela angústia da falta e pelo medo do abandono.

No fundo, tais filhos são os aspectos mais carentes dessa própria mãe e passam a viver esse tema por ela, numa espécie de pacto silencioso e lealdade familiar - um processo subterrâneo que, enquanto não for revelado e devidamente tratado, manterá todos imersos num sofrimento velado.

É importante saber que este é um adoecimento dissociativo do psiquismo, portanto, totalmente inconsciente e, por mais devastador que possa ser, todos são vítimas. Enquanto não despertarem, tais filhos ficarão atados nessas conexões perversas.

????Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud

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