Pessoas explosivas

Todos nós poderíamos escrever livros e mais livros sobre histórias de mal entendidos, sobre “engolir sapos”, sobre pessoas que falam e agem por impulso e sem pensar deixam profundas marcas tanto nos outros como em si próprias.

O fato é que, invariavelmente, sempre que alguém fala de modo impositivo à outra pessoa, um pacote repleto de imagens, emoções e de certezas cegas é direcionado com a finalidade de atingir um caminho certeiro de ataque. O problema maior é que na hora da emissão e muitas vezes até depois da mesma, há total falta de consciência sobre o impacto causado. As palavras mal ditas são arremessadas sem a menor prudência ou cuidado para com o semelhante. A energia exalada nessas ocasiões é altamente letárgica. A fachada da impaciência, do ódio, da superioridade e do autoritarismo costuma ser o carro-chefe deste comportamento ditatorial.

Depois do suposto “estouro”, o mais frequente de acontecer é o arrependimento, a autopunição e a culpa, somando-se ainda aos sentimentos de inadequação. A partir de então a autoestima do acusador, esquentado demais, vai a menos infinito.

Vítimas e acusadores da mesma questão emocional costumam ser reflexos espelhados um do outro. O que acusa explodindo, no fundo tem sentimento e crença de impotência para resolver algo que o perturba. Aquele que é atacado, por sua vez, se sente impotente para se expressar, pois seja o que fosse falar mediante a tamanha explosão ou viraria fumaça ou acirraria mais ainda os ânimos do acusador.

O ideal seria que tanto o acusador quanto a vítima pudessem rever seus mais profundos conceitos sobre resolução de conflitos, revisitando situações em que não foram ouvidos (desamparo) ou onde talvez tivessem sido ouvidos acima de tudo e de todos (mimados). Só a partir de busca interior sincera e da ressignificação desses conteúdos internos mal resolvidos é que se consegue perceber que, na atualidade, as pessoas verdadeiramente podem ser diferentes das pessoas do convívio de lá de trás. Sempre sugiro um trabalho terapêutico de abordagem direta do consciente no próprio inconsciente para que reprocessar e reprogramar, inclusive neurologicamente, padrões defensivos de respostas danosas tanto para os outros como para si mesmo.

???? Quanto mais despertos, melhor!

Silvia Malamud

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