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PSICOPATAS E NARCISISTAS PERVERSOS: QUEM SÃO E COMO FUNCIONAM?

Divido em duas categorias, mas certamente essas mesmas categorias são subdivididas em infinitas nuances que têm a ver com o que é único em cada um.

Os narcisistas perversos, por pior que possam fazer às suas vítimas, ainda são um pouco menos piores do que os psicopatas, porém é bom saber que ambos são extremamente perigosos e que podem levar as suas presas tanto à morte propriamente dita quanto à morte psíquica. Conheço pessoas que quase morreram - a sorte foi que, no último tempo, sua percepção deu um salto em nome da vida e conseguiram dar a volta por cima, saindo dessa terrível cilada.

Narcisistas, em absoluto, são egoístas por natureza porque tudo tem que girar em torno deles para satisfazê-los em seus desejos. Tem pouquíssima ou quase nada de suportabilidade às frustrações. Qualquer coisa que signifique brilho fora deles, imediatamente deverá ser eliminado. Funcionam como verdadeiros mitos a serviço de si mesmos, numa idealização de um algo que jamais será plenamente alcançado. Com isso, podem ser muito maus, principalmente quando precisarem destruir qualquer pessoa à sua volta que suspeitem parecer ou estar mais em evidência do que eles próprios. Isso os fazem parecer competitivos e agressivos, embora o pano de fundo estrutural nem seja esse.

Já psicopatas têm como alvo a destruição de suas vítimas. Eles sabem exatamente como que a sociedade funciona e, assim como os narcisistas perversos, se utilizam de roupagens sedutoras para conseguirem os seus intentos, com a diferença de que reina o prazer em derrotar a vítima, levando-as à loucura, morte ou suicídio.

O que os iguala é a não conexão com os sentimentos, a não concepção de que o outro existe e que pode sofrer. Eles estão mais entre nós do que podemos imaginar, portanto, jamais banalize situações que lhe são incômodas. Se esbarrar em algo que lhe cause o menor ruído emocional, a ordem de comando é mudar de postura e de atitude, saindo imediatamente do circuito. O seu dever consigo mesmo é o de proteger a sua própria vida. Não duvide: o mal existe. Seja em uma conversa que lhe soe estranha, seja por benevolência excessiva ou por uma intuição que te leve a duvidar da veracidade do que está sendo dito, acione o sinal vermelho. Saiba colocar limites sérios e, sob hipótese alguma, caia no encantamento ou busque aceitação destes tipos.

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Silvia Malamud

Saber impor limites, escolher sem medo de ser abondonado e validar quem se é sem precisar ficar ansioso ou com receio vale uma vida.

Filhos de pais narcisistas são desde muito cedo programados para os satisfazerem em suas infinitas demandas a fim de que seus egos sejam enaltecidos. Como regra geral, qualquer expressão que possa ofuscar a imagem de grandiosidade que estes pais tanto perseguem deve ser exterminada. Neste acordo silencioso, fica subliminarmente combinado que os filhos jamais poderão parecer serem “mais” que os pais, sob pena de passarem por toda sorte de retaliação.

Em suas artimanhas, tais pais, quando revelados, costumeiramente se comportam como vítimas, acusando os filhos de serem maus, abusando do papel de genitores, oferecendo toda sorte de humilhações, desqualificações, inserções de culpas e ataques emocionais no intuito de fazê-los recuarem em suas percepções e duvidarem de suas memórias, para que possam continuar existindo acima de tudo e de todos - um cárcere que visa recolocá-los na inconsciência dos fatos e mantendo-os a serviço deles.

Um dos aspectos mais terríveis consiste na real indisponibilidade emocional de reconhecerem o mal que fazem aos próprios filhos. Enquanto estes filhos não entenderem que seus pais têm um adoecimento patológico, provavelmente transitarão em meio a sentimentos angustiosos, sempre à espera de um novo ataque, que inevitavelmente virá. Aprender que pais narcisistas perversos costumam minar toda e qualquer expressão otimista e conseguir sair desses cenários é uma tarefa árdua que, na maioria das vezes, requer muita terapia para que o autorresgate possa efetivamente acontecer.

Compreender que se pode dar limites quando as pessoas não são legais, que se pode escolher sem medo de ser abandonado e ser livre para validar quem se é de verdade, sem precisar ficar ansioso ou hiper vigilante com receio de alguma crítica, julgamento, humilhação ou retaliação, vale uma vida.

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Silvia Malamud

Lealdade familiar em filhos de narcisistas perversos:

Logo no início da vida, se não ocorre a conexão afetiva entre mãe e filho, o sentimento que fica é de medo real acerca da sobrevivência. É quando NÃO acontece a legitimidade do amor em nossa chegada ao mundo e a informação afetiva que deveria dizer algo como "Que bom que você chegou! Estamos felizes de você estar entre nós!".

Como possíveis consequências, esses filhos são tomados por uma série de inseguranças, pela sensação de não serem importantes e pelo medo de serem abandonados.

Mas quem são essas mães que não se vinculam? São pessoas funcionais aos olhos da maioria, mas que se encontram desconectadas de si mesmas e, como consequência, desconectadas de qualquer um que seja.

É importante saber que essa desconexão é a reverberação de um tema de profunda dor emocional delas mesmas. Na patologia da desconexão afetiva, a percepção do "eu" fica impossível de se viabilizar por conta de não ter havido ninguém que pudesse oferecer um olhar com tais significados.

A mãe, que também é vítima, apenas consegue criar uma imagem externa e idealizada de si mesma, e acaba por desenvolver mecanismos perversos e inconscientes para com os filhos, fazendo de tudo para que fiquem conectados a ela pela angústia da falta e pelo medo do abandono.

No fundo, tais filhos são os aspectos mais carentes dessa própria mãe e passam a viver esse tema por ela, numa espécie de pacto silencioso e lealdade familiar - um processo subterrâneo que, enquanto não for revelado e devidamente tratado, manterá todos imersos num sofrimento velado.

É importante saber que este é um adoecimento dissociativo do psiquismo, portanto, totalmente inconsciente e, por mais devastador que possa ser, todos são vítimas. Enquanto não despertarem, tais filhos ficarão atados nessas conexões perversas.

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Silvia Malamud

Como lidar com a síndrome do impostor?

Já foi elogiado, mas não se enxergou merecedor? Já se sentiu um impostor de si mesmo?

Às vezes, por mais que tenhamos construído estruturas de conhecimento, esse tipo de desconforto tem a capacidade imediata de nos colocar na visão mais negativa que podemos ter sobre nós mesmos, sobre quem de verdade somos versus quem inventamos ser para o mundo - uma tortura autoimposta e totalmente inconsciente, um sofrimento permeado por sentimentos de vazio, falta de sentido e da não validade de si mesmo e da própria vida.

Muitos tentam superar a dor da falsa percepção de si mesmos em meio a várias condutas estratégicas. Alguns trabalham além da medida, alguns deixam de se esforçar ou de tentar algo novo com medo de falharem, outros passam a maior parte do tempo sob forte tensão emocional e, como reféns, buscam olhares de aprovação que confirmem para si mesmos que são reais. São pessoas que fazem de tudo para se passarem como invisíveis aos olhos dos outros, para não serem julgados e checados a ponto de correrem o risco de serem descobertos.

Em casos mais graves, uma atenção redobrada por terapeutas, amigos e familiares se torna preciosa e preventiva para que situação emocional não se reverta em danos maiores como depressão profunda ou até pensamentos suicidas. Quando em crise, o próprio protagonista pode não ter clareza suficiente para sair dessa sozinho, precisando de apoio externo.

Vários são os motivos que levam a pessoa para a síndrome do impostor, mas o interessante a saber é que este suposto eu impostor também faz parte da totalidade da pessoa e, portanto, não é tão impostor como se supõe, apenas está dissociado da essência. Um bom trabalho psicoterapêutico pode renovar a pessoa de modo mais unificado e com a energia em abundância para que os seus propósitos de alma possam de verdade acontecer.

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Silvia Malamud

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