As vítimas ocupam o lugar mais primitivo possível que pode existir nas relações, que é o da simbiose da relação de dependência absoluta que acontece com a mãe e com o bebe recém-nascido, lugar onde todo o tipo de alimento possível para a sobrevivência vem desta mãe.

Abusadores tem a maestria de colocar as suas presas, desde o início, neste ponto emocional. A sedução sem limites provoca na vítima uma sensação de completude de tudo - desejos, carências e sonhos que se redimensionam em novas possibilidades de serem satisfeitos em sua plenitude. Pouco a pouco, a vida vai se delineando numa falsa segurança, porque a vítima passa a depender deste outro para existir. O abusador vai subtraindo a vítima de suas relações de adulto com o mundo e que trazem referências de como ela já caminhou e já se conquistou antes e independente dele existir. Num determinado momento do sequestro, tudo isso aparenta não ter validade para mais nada, como se não tivesse peso algum.

Esses predadores emocionais costumeiramente fazem o papel de cuidadores e, como a mãe deveria ter feito, dão remédios e cuidam. Quanto mais frágeis e doentes, mais dependentes as vítimas ficam, como bebês carentes.

Se acaso perceber que a sua identidade e as suas referências estão se perdendo dentro de uma relação afetiva, reavalie se o que está acontecendo de fato é amor. Se existe algum ruído emocional, é porque algo não vai bem.

????Quanto mais despertos, melhor!

Silvia Malamud

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