Relato autorizado de uma paciente em consultório:

"No começo, o relacionamento me despertou coisas tão boas, mas depois virou do avesso. Ele sabia como me desestabilizar e não fazia questão de ajudar ou me acalmar."

"Ele sabia como me desestabilizar. Eu tinha uma urgência muito grande para resolver algo e ele dizia que não era um bom momento, o que ativava um grande mal-estar em mim. A partir daí, a conversa não fluía, eu chorava e ele nunca falava nada, não fazia questão de sequer me acalmar. Quanto mais ele me deixava desestabilizada, mais parecia ele gostava. Quando eu queria ir embora, ele vinha tão bonzinho e carinhoso que eu ficava confusa, achando que poderia ter sido muito severa. Frequentemente ele falava e me acusava de coisas que eu não havia feito. Tenho lembranças de momentos difíceis com ele, da sensação de impotência e desconforto constantes. Hoje vejo que ele fazia coisas para me despertar desespero. Por qualquer motivo inesperado, ele mudava de humor, me colocava em ansiedade em busca de respostas. Com o tempo, fui me calando, adoecendo… Não sei como fui cair nisso. No reprocessamento cerebral, descobri que sempre quis superar expectativas, me adaptar aos outros, e tentar não sentir o que estava sentindo, por achar que estava exagerando, por medo da pessoa ir embora e não me amar. Quando se trata de alguém muito próximo, eu me via escrava, me perguntando se eu deveria me adaptar ou abrir mão."

???? Quanto mais despertos, melhor!
Silvia Malamud

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